segunda-feira, 27 de abril de 2009

Algumas horas, alguns copos, amigos, proibições tudo regado a euforia e mentira. Mentira de ambas as partes. A cegueira momentânea havia se instalado nos dois corações. Bem mais fácil acreditar que poderiam resolver aquilo somente correndo e abrindo os braços, batendo os ombros e pensando: não me importo, não existe o resto da humanidade, podemos agora tudo apenas porque queremos. Ilusão. Nada mudou. Continuavam com os problemas habituais. A dispepsia de um somava se a paixão da outra. Não bastava, infelizmente. O ímpeto dos corpos, a dança dos dedos apertados, a descoberta dos cheiros parecia mais forte a cada segundo. Mas uma supernova de razão bateu e destrui tudo o que o encantamento trouxe. Não podia viver aquilo agora. Seria covardia ou coragem largar isso? Não interessava, precisava e tinha tomado a decisão. Abria mão da dança dos dedos. Era sabido que traria dor mas também o bem. O conforto de estar agindo com verdade. Correr, chorar, dormir com a angústia sufocando, querer mudar tudo em um estalar de dedos nada disso era possível. Sempre haveria algo no caminho, sempre haveria algo se interpondo. A esperança não estava naquilo que sabia, estava em algum lugar perdido. Esperava perder-se novamente nesse labirinto louco de saudade, encontrar a paz na confusão. Bem vindo ao meu mundo, o desafio é se mover entre o que você é o que você deveria ser.

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